Pendrive Inútil

É, meu computador apagou minha memória. (O Teatro Mágico)
Minha vida quadrada
enquanto eu enquadrado
já nada cometo
apenas um momento
para guardar algum texto
salvar, formatar
esperar
procrastinar
despedaça-se aos poucos
sem placa mãe, sem cooler
já enquanto eu queimo
enquanto eu temo
já não há tempo
mas eu me aconchego
em pixel ou outro
meus olhos ardem em algo desconexo
eu já posso sentir o mofo
já não é tão inverso
não é muito o que eu esperava ser
meus sonhos de criança numa pasta sem backup
uma forma quadrada do que eu era antes
meu coração salvo num pendrive sem cópia
coração que eu troco por uma tela inóspita
enquanto mal saber encaixar um pendrive
enquanto meu cérebro navega
meus olhos se mexem, doentios
atrás de palavras sem nexo

vida
sem mente
seria essa
a semente?

vida sem meta
sem muita morfose
nada concreta
se torna uma hipótese
minha vida se torna uma junção de palavras
que eu continue no escuro, que a porta não abra!,
enquanto minha empatia inóspita
a realidade exótica
eu continuo morrendo
padecendo
meus olhos ardendo diante de pixels
minha vida se esvai
enquanto eu
e que minha alma não vá
já, há muito, quadrada
nada mais posso formatar.

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