Os Anticorpos

Sustentado por pedaços humanoides de amanhã
Emergido na frieza das terras do meu próprio ser
terras e águas vivas pela insustentabilidade
da tendência de estar de pé e viver
com meu coração pulsando feito uma bomba em colisão
e como sustentar essa decrépita decepção?
O seco mal estar da sobrevivência
a miséria habita sob a subserviência
 a tal letargia me impede de questionar a atual situação
E como o primeiro respirar depois de anos de exaustão
a Princesa Negra habita meu espírito
em meus sonhos, o passado é o monstro do qual mais me identifico


A Princesa Negra emana uma energia incolor que parece me enforcar
minha religião se tornou o traço do seu sorriso
a condensação de seu respirar
sua boca diz coisas que não me afetam
mas sua voz faz-me tremeluzir a essência
eis uma fétida experiência:
Imaginar que todos esses anos de puro torpor acabaram!
imaginar que os lábios da princesa um dia já me amaram!


Tudo parece tão mais fútil em minhas antigas terras
no fundo de minha mente
que desprovidas de carência,
são suscetíveis a uma súbita destruição
e tudo será obstruído até o dia em que a Princesa Negra voltar
e junto ao meu corpo permanecerá sã
e, abraçados, nós esqueceremos o mundo que nos cerca
já reduzido a estes pedaços humanoides de amanhã.

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