Seis meses

Eu andava atrĂ¡s de pistas,
que pudessem me levar ao seu nome.

Palavras impotentes compostas por milhares de quadrados,
por onde vejo o mundo perfeito,
onde a realidade nĂ£o Ă© um fato.

A realidade Ă© oleosa,
infiltra-se pelo teto,
caindo em gigantescas e gordurosas gotas,
que me encharcam, escorrendo pelo meu corpo, em direĂ§Ă£o ao papel.
Cartas molhadas,
para que ninguém pudesse ler,
nem mesmo vocĂª.

Meus cabelos estĂ£o grudados no rosto,
sentado no chĂ£o de pernas cruzadas,
engordurado, alheio ao peito oco.

Seus olhos estavam a pouco espalhados pelo piso, eles me olhavam atentos, distantes,
o que se passa atrĂ¡s deles Ă© inconcebĂ­vel,
sempre foi e sempre deveria ser.

Seus olhos foram borrados,
assim como seus cachos
e suas mĂ£os de bronze.

Tudo encharcado pela realidade,

da que faço minha mais nova melhor amiga.

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