Hiperealidade

Decorou todas as letras desse já tão gasto teclado,
Contou todos os pixels dessa tela, farol da tua vida,
Fonte de luz na escuridão sólida do teu quarto.
Teu mundo ?
Quadrado.

Se rasgou para desconhecidos,
Recolheu pedaços alheios,
Costurou, misturando com os seus,
Fez amizades, que oscilam na existência.
Seres frágeis que se enraízam dentro de ti, a ponto de não ser possível arranca-los.

Filho do virtual, não encontra substancia o suficiente no real.
É inexpressivo dentro do que realmente existe
e por isso questiona sua existência.
Se criando em informação é livre,
um pássaro que não tem onde pousar.

Insustentável por si, depende de toda a malha de quadrados que embasam tua sanidade.
Os que não que cabem dentro dessas linhas são os que te conceberam,
nascidos em uma época de realidade,
convivem com a incerteza do desconhecido.
A incógnita de sons consecutivos, a esse ponto tão comuns quanto passos.
Ruídos mecânicos que infestam o dia, gerador artificial de sentimentos reais.

Dentro de mim,
a fusão virtual e real,
formam um ideal.

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