Proporção Áurea


No passado moldei seus fios em um anzol,
começava em uma curva e continuava crescendo para dentro de si,
formando uma negra espiral.
No centro do circulo, um espelho, entalhado em dois contornos circulares, que espreitavam.
Do outro lado do espelho, olhei para ti.

Em meio a orgasmos e afagos,
achei o principio do fim
da espiral.
Puxei a ponta, dançando em círculos com a loucura,
superior, perante a minha própria criação.
Desenrolei a espiral, que continuava a crescer, até que ela se torna-se novamente um anzol,
com uma pontiaguda extremidade negra, apontando para o céu marinho.

No começo da noite, me deitei em cima da lâmina,
os fios, todos juntos,
diminuindo seu diâmetro,
até acabar em uma unica ponta,
entraram em minha carne.

Eu gargalhava, meus olhos apontados para o céu, já roxo.
Me forcei contra a ponta, que começava a se tornar novamente uma espiral, buscando caminho para dentro de si,
dentro de mim.

A extremidade profundamente cravada em minhas costas, envolvia a minha espinha, contornando a mesma e emergindo do outro lado, continuava a crescer.
Conforme crescia em círculos, eu continuava parado, enquanto ela se movimentava, em minhas costas.
Gostava de senti-la, seguindo seu curso para trás, correndo para o passado,
enquanto arrastava meu corpo para o futuro, forçando a carne no fluxo oposto, gastando os ossos,
aumentando a cratera.

Corria em círculos, preso a uma espiral,
que por sua vez, estava presa a mim.


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