Formas

Tudo era errado e irreal
Toda visão parecia caótica, como um quarto bagunçado, um erro de simetria, um triangulo tentando se encaixar em um quadrado.
Tudo estava no lugar errado, na hora errada e da forma errada.

Qualquer visão, som ou movimento parecia celebrar esse caos, aumentar a desordem, era irritante.
Uma irritação continua e persistente, contra todos os tipos de existência.
Eram formas abstratas e grotescas, aquelas que permeavam a realidade.

Talvez fosse por isso que seu rosto se sobressaísse, em meio ao caos.
Em meio ao errado, suas feições eram certas.
As formas pareciam milimetricamente esculpidas, feitas exatamente para aquela existência.
E em meio ao seu rosto, todas as formas se completavam como em nenhum outro lugar.
A existências das formas individuais eram estonteantes, enquanto o todo beirava a perfeição.
Como uma orquestra, onde cada instrumento soa em sua individualidade e adiciona a um todo.
Era harmônico.

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